CINQUENTA E
DOIS MILHÕES
O que seria possível
fazer com 52 milhões de euros? Poderíamos, por ex., construir hospitais, lares
para idosos, creches e jardins de infância, remover amianto dos bairros
sociais, empregar verbas para investigação na universidade, entre muitas outras
realizações para proveito da sociedade madeirense.
Segundo reportagem do
DN da Madeira do dia 13/1/2020, a Segurança Social da Madeira deixou prescrever
52 milhões no período de 2013-2015, no último Governo de AJJ. No ano de 2015
foram remetidos para o Ministério Público 6 processos para cobrança de dívidas
e, após este governo sair, a situação mudou muito. Em 2016 foram enviados 72
processos para o Ministério Público, em 2017 foram 60, em 2018 79 e em 2019 55
processos. Mas muitas destas dívidas prescreveram por serem enviadas ao M.
Público tardiamente.
O que poderemos aferir
destes dados? Que antes de 2015 houve laxismo? Que alguns prevaricadores eram
amparados por alguém que não lhes fazia cobrança de dívidas? Será? A Senhora
Secretária Regional que tutela a S. Social alega falta de meios humanos e
informáticos para detectar incumprimentos em tempo útil. Eu penso que qualquer
economista ou outro funcionário responsável nesta área repararia a falta de entrada de verbas avultadas na Segurança
Social em termos globais. E depois começavam a investigar.
Outro aspecto que
salta à vista é que estes meios técnicos e humanos são da responsabilidade do
Governo da República, enquanto que a governação política é da responsabilidade
do Governo Regional.
Segundo a reportagem
que trouxe estes dados a público, o Tribunal de Contas “avaliou como gravemente
negligente” procedimentos de funcionários da Segurança Social. E o que
aconteceu a esses funcionários? Acontecem prescrições e atrasos nos pagamentos
que dão prejuízos e ninguém é responsabilizado? Fica por isso mesmo? Quem sabe
se alguém fez uns favores especiais a gente que não cumpre com as suas
obrigações? As chefias e o poder político deixam passar em branco estas
falcatruas? Será que houve interesses pessoais no meio disto tudo?
Se uma instituição sem
fins lucrativos não pagar a Segurança Social é punida rapidamente. Mas os
grandes ficam impunes, talvez por serem protegidos pelo Poder ou porque também
fazem parte do Poder.
E quem são estes
caloteiros? A reportagem não os identifica. Estão escondidos atrás de poderes e
favorecimentos. Não é qualquer um que deve milhões impunemente. Os empresários
são colocados à nossa frente como uns beneméritos, porque criam postos de
trabalho. Até parece que o objectivo dos empresários é beneficiar os
trabalhadores! Triste ilusão. Eles abrem empresas a pensar nos lucros e
empregam trabalhadores porque precisam deles. Não me tratem por estúpida.
A nossa inteligência
tem de funcionar antes de colocarmos no poder pessoas que só favorecem os
interesses de alguns e que têm desgraçado a Madeira desde sempre.
Conceição Pereira
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