FOOTBALL LEAKS
Rui
Pinto, pirata informático, está preso. Entrou clandestinamente em computadores
alheios e isso é crime.
A
justiça portuguesa prendeu-o por ter agido criminalmente. No entanto, ele descobriu
falcatruas em alguns clubes, mas a justiça e o poder político não querem saber
disso. Se for averiguado o que se passa nesses clubes, talvez que o Estado
Português consiga reaver verbas de fuga a impostos, por exemplo, verbas essas
que poderiam ajudar a melhorar a nossa vida social. Temos um país pobre, uma
região com muita pobreza e vejo falta de preocupação em cobrar aos que podem e
devem pagar. Quem mais paga são os trabalhadores e reformados. A nós ninguém
nos perdoa nada.
Todavia,
se há falcatruas em clubes também há criminosos que devem ser punidos. Por que
razão o Rui Pinto é punido e os outros criminosos não o são? Ao menos ele
trouxe à luz do dia a corrupção que se esconde nesses lugares! E quem esconde
ou finge ignorar crimes o que é? Pessoa de bem?
Estou
a falar do Football Leaks e entrou também em cena o Luanda Leaks, que parece
trazer consigo, não apenas angolanos, mas também portugueses. Vão ser punidos?
Há anos veio a público o Swiss Leaks, que também envolvia contas de
portugueses, mas nunca soubemos quem eram. Em Portugal foi abafado. Antes
disso, houve o problema dos submarinos que o senhor Paulo Portas encomendou
quando era Ministro da Defesa. Noutros países houve julgamentos e pessoas
castigadas, mas em Portugal passou-se sobre isso como gato sobre brasas e
ninguém ficou queimado.
É
o país dos brandos costumes para as grandes ratazanas. Para a arraia miúda
sobra a exigência nos impostos, os baixos salários, as reformas de miséria, o
sistema de saúde cada vez mais degradado, escolas e bairros sociais com amianto
e muitas outras desgraças e opressões. E os corruptos e seus comparsas que
apoiam tudo isto enviam milhões de lucros para os paraísos fiscais, deixando o
país cada vez mais depauperado.
A
burguesia portuguesa sempre foi e é parasita e anti-patriótica.
Conceição
Pereira
Este texto foi publicado no Diário de Notícias
a 22/ 1 / 2020
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