quarta-feira, 22 de janeiro de 2020


FOOTBALL LEAKS

Rui Pinto, pirata informático, está preso. Entrou clandestinamente em computadores alheios e isso é crime.
A justiça portuguesa prendeu-o por ter agido criminalmente. No entanto, ele descobriu falcatruas em alguns clubes, mas a justiça e o poder político não querem saber disso. Se for averiguado o que se passa nesses clubes, talvez que o Estado Português consiga reaver verbas de fuga a impostos, por exemplo, verbas essas que poderiam ajudar a melhorar a nossa vida social. Temos um país pobre, uma região com muita pobreza e vejo falta de preocupação em cobrar aos que podem e devem pagar. Quem mais paga são os trabalhadores e reformados. A nós ninguém nos perdoa nada.
Todavia, se há falcatruas em clubes também há criminosos que devem ser punidos. Por que razão o Rui Pinto é punido e os outros criminosos não o são? Ao menos ele trouxe à luz do dia a corrupção que se esconde nesses lugares! E quem esconde ou finge ignorar crimes o que é? Pessoa de bem?
Estou a falar do Football Leaks e entrou também em cena o Luanda Leaks, que parece trazer consigo, não apenas angolanos, mas também portugueses. Vão ser punidos? Há anos veio a público o Swiss Leaks, que também envolvia contas de portugueses, mas nunca soubemos quem eram. Em Portugal foi abafado. Antes disso, houve o problema dos submarinos que o senhor Paulo Portas encomendou quando era Ministro da Defesa. Noutros países houve julgamentos e pessoas castigadas, mas em Portugal passou-se sobre isso como gato sobre brasas e ninguém ficou queimado.
É o país dos brandos costumes para as grandes ratazanas. Para a arraia miúda sobra a exigência nos impostos, os baixos salários, as reformas de miséria, o sistema de saúde cada vez mais degradado, escolas e bairros sociais com amianto e muitas outras desgraças e opressões. E os corruptos e seus comparsas que apoiam tudo isto enviam milhões de lucros para os paraísos fiscais, deixando o país cada vez mais depauperado.
A burguesia portuguesa sempre foi e é parasita e anti-patriótica.
Conceição Pereira
                                  Este texto foi publicado no Diário de Notícias a 22/ 1 / 2020

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